Nietzsche

""Como é que se deve subir a encosta?" Simplesmente sobe e não penses nisso!" [Nietzsche]

Manoel de Barros

"Nasci para administrar o à-toa, o em vão, o inútil." [Manoel de Barros]

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Praia de Guaibim (30/12/2014)

A dormida em Nazaré foi fantástica em um posto de gasolina pessoal legal, dois posto de policia uma militar outra civil do lado do posto de gasolina. Sair de Nazaré umas 8h e cheguei em uma praia chamada Guaibim em Valença-BA 10h 30min, praia sensacional, aconchegante assim que cheguei arrumei um trampo de ajudante em um quiosque, vou ficar de uns 15 dias a um mês juntar uma boa grana para chegar em Espírito Santo. Trabalhei a tarde inteira é gostoso, além de estar em uma praia incrível. Depois postarei as fotos. Como vou ficar mais tempo aqui postarei mais vezes. Abraços!


Esse cara é fera faz essas pulseirinhas em três minutos e vende nas praias, sobrevive disso. Encontrei em Nazaré é também um andarilho por esse mundão.





O que aprendi hoje: na verdade aprendi com um andarilho que conheci em Nazaré palavras dele: "O que você não pode é ficar parado, ninguém vai saber o que você precisa, tem que chegar junto na moral". A verdade na boca de um homem que secou meio litro de coquinho seis horas da manhã. Isso é fantástico.


tenho muito a agradecer a esse carinha, foi ele quem me falou sobre Guaibim e é dele também o pensamento acima, ele saiu do sertão da Bahia e anda por ai a fora, trabalha aqui e ali e segue a vida de andarilho errante. Tem o meu respeito, foi bom conhecer.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

Um litoral imenso (29/12/2014)

O mar vai te seguindo da praia do Forte até Salvador, são 70 km só de orla percorri quase toda de bicicleta. Fui de Pirituba a Praia da Barra, mas perde e feio para as praias de Aracaju o espaço entre a areia e a água é muito curto. Onde montar minha barraca? Eis a questão! Conversando com um senhorzinho meio biruta ele me falou que o melhor lugar para montar seria na praia do Rio Vermelho, pois lá havia um posto policial. Rodei toda a extensão até a barra e não encontrei posto policial nenhum, mas logo encontrei o lugar ideal.






Tirei um descanço olhando a vista maravilhosa desse local, ponto bastante frequentado pela vista e o pôr-do-sol. Antes mesmo da galera sair já estava montando a barraca.


Logo cedo quando acordei a vista era essa da cidade, foi a noite que mais dormir bem foi em Salvador.



Passei pela fonte nova a procura da saída de Salvador pela BA 001, tinha que atrevassar para ilha de Itaparica então gastei os ultimos miseros R$ 10,00 reais para atravessar.





Peguei toda costa litoranea da ilha de Itaparica bela ilha, até estacionar em Nazare para amanha pedalar até Valença e em dois dias chegar em Itacare. Vou ficar um tempo sem postar, mas sempre que for possivel estarei postando.

O que aprendi hoje: É preciso ir longe para perceber o quanto seu espírito precisa de mais espaço, de limpeza, de higiene espiritual se estou aonde estou é porque o espírito precisou ser renovado, os pensamentos continuam trabalhando, mas o espírito está ganhando uma nova fachina. Não podemos jamais deixar a zona de conforto tomar conta do nosso espírito. Que o tempo seja fiel as nossas escolhas. Abraços!

Praia do Forte (27/12/2014)

Depois que sair de Palome percorri 67 km até chegar a Praia do Forte já próximo a Salvador a estrada era mais ou menos plana sem muitas montanhas, o que me emcomodava era apenas a vontade de tomar banho, dois dias sem tomar banho ninguem merece, é bastante dificil encontrar um posto de gasolina nessas estradas, quando avistei um há 40 km de Palome quase chorei de alegria, tomei um belo banho, calibrei os pneus, abasteci de água os reservatorios e fui embora.

Quando cheguei a Praia do Forte estava diante da mais bela praia que existe, a entrada é fantástica é um verdadeiro paraiso, mas assim como a praia do saco em Sergipe é também pra bacana. Tem gringo a perder de vista.




Até chegar a praia é totalmente incrivel a vista, a organização, a estrutura do lugar é realmente fantástica. Foi ai onde encontrei um problemão com a barraca: Montei toda bonitinha me chamando pra dormi, só que nessa praia o tempo é incertio pra caramba, chove e faz sol toda hora assim que montei veio a primeira chuva já começou a transpirar pelas laterais se fosse mais forte teria enxarcado toda barraca, tive que comprar duas cortinas de plasticos para forrrar as laterais, aproveitei para passear pela feira de artesanato, uma senhora feira também só para gringo.


O prazeroso dessa praia é que antes de chegar nas ondas você passa por uma extensão de corais, essas formações de corais acaba deixando pequenas piscinas de água quente que é gostoso de mais deitar ali e relaxar.


 



Fui embora com vontade de ficar um pouco mais.

Deixei a praia do forte destino Salvador a terra de Aldair Coelho.

O que aprendir hoje: Se os seus pensamentos vassilarem algumas vezes com as dificuldades o horizonte é a resposta, olhar para traz é um sinal muitas vezes de fracasso e nessa terra eu não planto nem com o melhor arado.

O vale tenebroso de montanhas (26/12/2014)

Quando amanheci em Indiaroba que arrumei a bagagem na bike e parti uma garoinha caindo friozinho bom, pensei que seria maravilha a pedalada ate Conde já na Bahia, mas não! para chegar em Conde tive que atravessar um vale montanhoso que jamais esquecerei, não é qualquer um que atravessa aquele vale, descir e subir da bike tantas e tantas vezes que quase peço para sair, mas quando chegou na última ladeira vi a coisa realmente feia...

Essa foi a última desse vale monstruoso só de pensar nela minhas pernas tremem, assim que cheguei lá em cima que percebi que havia atravessado um vale desertico de montanhas comecei a gargalhar sozinho no meio do nada.




Quando cheguei em Conde mais de 60km estava morto estacionei numa pracinha com uma graminha e uma sombra de coqueiro e dormir por 30 minutos, depois almocei tirei mais um cochilo e peguei a estrada ate uma cidadezinha litoranea chamada Palome, suei pra chegar também, mas logo que cheguei fui contemplado com um belo pôr-de-sol as margens de um rio antes de chegar a praia.


Estacionei nessa prainha bastante aconchegante e tranquila montei minha barraca e dormi como uma criancinha.




Amanheceu bastei abrir o feche da barraca e estava lá o gigante acordando, não estou falando de mim falo do sol estava nascendo entre as ancas das nuvens, as nuvens parindo um astro entre as águas de um mar que brada forte.

O que aprendi nesse dia: Nem sempre depois de uma grande subida tem uma grande descida.

quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Começo da jornada

Ansiedade me consumiu logo cedo era oito horas da noite quando arrumei toda bagagem na bicicleta e ela ficou realmente uma maravilha.





Sair cedo não deixei nem o alarme tocar dez minutos antes já estava de pé arrumando a bagagem. Sair de casa o relógio marcava 05h 30 minutos, parei na ponte Joel Santana para maravilhar-me com a bela vista.



Depois que desci a ponte pedalei pra caramba numa terra deserta onde só se via cajueiro e mangue a perder de vista, então passei direto pela Caueira e cheguei na praia do Abaís 9h cravado e nem estava cansado. Parei alguns segundo repus minhas energias e parti rumo a praia do saco.





A praia do saco é praia dos marajás eles tapam toda a entrada e não permitem que mais niguem se banhe na praia que é realmente uma beleza, tive que dar um mergulhão antes de pegar a estrada novamente, mas me decepcionei com a audácia dos moradores em deixar apenas um pequeno espaço para quem quiser tomar banho, toda a extensão da praia está tomada por mansões, um nojo. Mas valeu pela bela vista. Estacionei em Indiaroba depois de um grande contratempo na estrada o pneu da bike furou à 4km de chegar em Indiaroba, caminhei os 4 km e cheguei exausto. Agora deixa eu pensar onde eu vou deitar para descansar!

quarta-feira, 24 de dezembro de 2014

Uma longa viagem de prazer

Vou viajar porque já nao aguento mais ser sufocado por uma sociedade doente pelo consumismo exagerado. Vou de bike porque o sistema de embarque e desembarque, o sistemas de taxas e mais taxas, alguem sempre a te dizer pra onde ir nada disso me agrada só me faz mal. Eu vou de bike porque quero acordar todas as manhas com um sol diferente em algum lugar diferente, com um clima diferente, com pessoas diferente. O mundo será pequeno para cada pedalada minha só tempo dirá o momento exato de parada. Nasci meio à toa na vida e o mundo é a morada dos homens à toa.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

O tempo bom nascera



O sol já vai nascer e os meus pensamentos não dormem. Daqui a uma semana estarei por ai à toa  em busca de uma trilha nova, uma imagem nova para fortelecer o tempo que corre e os que vêem tão longe quanto uma luneta. Numa certa manha de uma semana cinzenta o tempo rebelde se manifesta nasce um novo ser mais autentico, mais dono de si, mais dono de uma liberdade estremecedora para construir um novo futuro onde o ideal maior seja elevado a torres dos valores esquecidos.

Nascerá a cada dia um novo homem porque o sol brilhará mais forte em todas as manhãs, o céu sera diferente e o andarilho viverá tempos de pura essência ao simples, ao selvagem, ao fantástico. Nada mais nascerá da mesmice de outrora, a sociedade prostituída com seus valores embriagados não mais reinará no solo fertil onde pisarão os homens livres. 

segunda-feira, 8 de dezembro de 2014

Onde estiver a paz de espírito


O ano segue por um fio, as razões para o amanhã, para a construção de um amanhã previsível já adormeceram faz tempo, vivo em função do inesperado agora. Somente desejo encontrar a trilha certa para ir de encontro com a paz de espírito que procuro. Vou andar por ai à toa quando me cansar procurarei o lugar mais afastado do mundo, e então terminarei de viver em paz. Se ajustar a sociedade é um processo cansativo e difícil pra mim. ainda não consegui me ajustar a essa sociedade de ritos, de medos, de lamurias, de canalhas, de dramas infinitos. Preciso renovar meus conceitos, preciso conquistar novamente o silêncio precioso que só os tibetanos conhecem, quando chegar perto dessa paz, dessa tranquilidade que busco já não serei mais o mesmo, porque assim como um rio que corre e muda constantemente, eu andarilho errante andarei e deixarei minhas marcas, minhas pegadas no chão em que pisar, deixarei minhas impressões nesse mundo de poucas lembrancas. E continuarei a andar...

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

Os preparativos

O roteiro já está definido vou pegar toda costa litorânea de Sergipe até o Espirito Santos, depois cortarei por Minas Gerais e sigo por trás de São Paulo pego Paraná, Santa Catarina e enfim chegarei no Rio Grande do Sul. A bike está quase pronta, falta arrumar alguns detalhes para deixa-la fortemente equipada para uma grande jornada. Meu calendário pessoal está marcando o seguinte acontecimento no dia 26/12/2014: "dar a volta ao mundo"


A universidade está por um fio de encerrar o curso é só abraçar o diploma e dizer adeus, quanto mais se aproxima da hora mais apreensivo fico, está sendo um momento de decisão muito complicado pra mim. Estou deixando para trás uma carreira profissional promissora por tudo que conquistei esse ano, e não estou falando de coisas materiais, mas todo o carinho das pessoas que trabalharam perto de mim, meus alunos, meus colegas de profissão, meus colegas universitários e toda a cidade que percorri de um lado a outro em cima de uma bike ou a pé. Posso dizer com toda certeza que fui bom no que fiz e fiz perfeitamente bem. 

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

É chegada a grande hora


Estava tudo planejado para agora no dia 26 de dezembro viajarmos pelo Brasil, minha bike e eu, mas infelizmente furtaram a uma semana. A minha companheira de viagem será substituída por outra bem no momento em que estava já a preparar a partida. Mesmo sendo extremamente desapegado as coisas senti uma grande perda e um pequeno desequilíbrio no que havia planejado, passei a pensar mais nesses possíveis acontecimentos durante a viagem e tentei com isso fortalecer ainda mais o instinto de sobrevivência. Na verdade o que pretendo com essa viagem é somente me libertar desse sociedade doentia e mesclada entre o querer ser algo além daquilo que somos e a supremacia dos que são ou acham que são sem nada a oferecer como paliativo pelo menos para miséria do mundo. 

Ser recompensado por algo feito nunca foi prioridade pra mim, o que vale ainda é criar uma corrente humanitária, onde todos possam se ajudar sem precisar barganhar um preço, sem precisar se humilhar por qualquer micharia. Vou rodar o mundo se possível para tentar encontrar, pessoas, tribos, sociedade inteiras que deem valor a vida, que possam mesmo com as indiferenças mundanas valorar a vida e a natureza. 

Essa viagem é também um desafio que quero fazer a mim mesmo e mostrar que se eu quiser ir a qualquer lugar do mundo sem precisar dessas burocracias ridículas de passaporte, passagem, rodoviárias, taxas por bagagem, taxas por embarque, taxas, taxas, e mais taxas... Eu sou livre para ir e vir e encontrei na arte de pedalar a grande possibilidade de rodar o mundo antes de virar pó. Se alguém um dia lembrar de mim, irá dizer com certeza "ele esteve por ai à toa e foi feliz".



Vou chegar onde jamais ninguém chegou, e quando chegar morrerei em paz.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

O mundo me espera

Minhas pernas estão esgotadas, mas ainda aguentam dar a volta ao mundo.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Os planos continuam o mesmo



Começaram novos tremores, estruturas fortíssimas estão desabando enquanto outras estão sendo erguidas a uma altura nunca vista. As sombras estão se afastando lentamente e uma nova luz mais brilhante como nunca antes se aproxima. É tempo de primavera em meus olhos, eles estão brilhando, eles estão sorrindo, cessaram as tempestades, na há mais chuva o sol brilha no céu gigante.

O espírito foi infectado por uma nova substancia, o novo espírito paira no ar sem muita responsabilidade. Vamos subir os novos degraus, vamos lançar as ideias resistente a imundice prostituída dos tempos nascidos prematuros. O amanha revigora-se mais forte e mais decisivo, os planos estão onde sempre esteve, eles nunca mudaram, os planos continuam os mesmo. Até a chegada do meu fatalismo sentimental os planos continuarão.

No final a história se repetira e o gigante enverga-se até alcançar a altura de um homem de cinquenta centímetro, a mesma fase sombria descerá dos vales negros e os olhos voltarão a chover tempestades de ilusões transviadas por uma fase mal compreendida, então os velhos planos se tornarão novamente a única saída. Os passos ficarão cada vez mais curto e a estrada será sempre o ponto de partida, o sul será sempre a saída mais eficaz para esquecer as novas dores de um tempo que não perdoa. 

domingo, 5 de outubro de 2014

Uma breve estadia em Ilheus-BA




A natureza em Ilheus-BA é simplesmente fantástica, tem vida de verdade rondando aquele lugar, o aroma da diversidade local, a tranquilidade com que um saguim atravessa a rodovia. O rio nos acompanha estendendo-se pela longa estrada que liga Ilheus a Itabuna. Me senti vivo durante todo tempo que passei em Ilheus, o tempo demora a passar, o pôr-do-sol engrandece e o mundo é esquecido por alguns instantes. É de se compreender a escolha de Jorge Amado como templo de inspiração, como refugio e silêncio. A terra do cacau coube em meus olhos.   




Ainda retornarei a Ilheus enquanto for vivo.  

quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Antes de tudo o espírito frouxo



Eu enquanto ser pensante não posso conceber em qualquer hipótese que vivemos somente para acumular, acumular e acumular coisas. E o espírito que vai em busca do que não é material e superficial onde fica nessa busca brutal por materialismo, por capital, por simples desejo de amontoar coisas sem importância, o espírito quer mais e mais sentir a necessidade do nada, a frouxidão, o descompasso da natureza, a natureza do tempo amontoado no ontem.

O espírito frouxo quer sentar no abismo dos seus medos e pensar nos outros, nos medos dos outros. O espírito frouxo quer pular por entre as folhas secas de cada árvore ainda em pé. O espírito frouxo quer vaguear pelo mundo, por esse mundo sem dono que se espalha por todos os lados. O espírito frouxo quer sentar ao lado de quem precisa de um pouco de nada para viver feliz como se tudo tivesse. O espírito frouxo quer ir, ir, ir... sempre adiante, porque o andar para o além é nossa mais contagiante e verdadeira verdade.

Vontade de liberdade



Saiu cedo, cinco da manhã já estava de pé, escovou os dentes, calçou os velhos sapatos, pós a mochila nas costa, pegou a bicicleta o portão rangeu e tudo foi ficando para traz, a estrada prolongando-se a frente. Uma pequena carta deixara em cima da mesa alguém irá abri-la, mais cedo ou mais tarde alguém irá ler todas as linhas da extensa carta, enquanto não abrem me distancio porque não quero mais voltar, não quero que me encontrem, só quero pedalar até o sul, só quero vagar “sem lenço nem documento”.

As lembranças foram sempre dolorosas, uma dor de insatisfação e incompreensão. Eu não vou ficar parado na inconformidade esperado a morte se aproximar, não fui feito para inércia, eu quero o movimento, a estrada em movimento, o mundo em movimento continuo. Somos engrenagens e precisamos de movimento constante, a conformidade é o ferrugem que corroí e trava as engrenagens. Não vou esperar o ferrugem tomar conta das minhas engrenagens, não vou permitir que o ferrugem me aliene.

Ate aqui ninguém nunca me compreendeu, não esperarei mais essa compreensão inusitada, não preciso mais, o que preciso agora é de uma trilha sem fim, de uma estrada bem longa de caminhões e boleias, de andarilhos e solitários. A carta que deixei contem todas as minhas magoas e angustias sinceras. As coisas sempre aconteceram tardiamente em minha vida, não vou falar de sonhos e alegrias, desde uma simples descoberta até um sopro violento de sentimentos. Está lá a carta sobre a mesa esperando alguém abri-la, enquanto na estrada para sul pedalo até o ultimo fôlego.

Tem mais vida por ai à toa, não fique esperando o tempo passar e a ferrugem chegar.


           

sábado, 30 de agosto de 2014

Suprema insensatez




São minhas lembranças, elas me perturbam a muito. O privilegio dos esquecidos é não sofrer com o passado. O que eu queria para esse ano era a tranquilidade dentro da simplicidade que eu mesmo moldei e não por acaso resisti bravamente aos conquistadores e aproveitadores de baixo escalão que a sociedade ejacula todos os dias para nós sufocar.

Nesse momento só a paz interessa-me, a paz de espírito esclarecedora das ideias, que enobrece e simplifica o próprio ser enquanto fazedor e transformador, enquanto virgula e ponto de um contexto fundamental para existência.

Esclareço que são tempos doentios e barulhentos, não existe mais o degaste natural das coisas aceleram-se tudo para satisfazer uma ansiedade manipulada seja por vícios, seja por banalidades, seja por promiscuidade. O ser humano, falo da ralé que é maioria absoluta, esses estão a um passo da suprema insensatez.

O mundo é um sublime e profundo cansaço.

21/07/2014

sábado, 16 de agosto de 2014

O céu da cidade



O mundo desabando lentamente.
A endorfina no corpo se mistura a letargia dos pensamentos eufóricos por equilíbrio e caminhos sem pedras. O céu escurecendo muda a paisagem celestial entre selvas de pedras mesmo assim continuo a navegar por entre sombras de um mundo congestionado. Em direção ao céu azul do outro lado da cidade onde as ondulações prediais diminuem bruscamente e abrem passagem para as nuvens que se movimentam modelando-se em figuras e formas, em monstros, fantasmas, sólidos geométricos. Olhando para o céu eu vi o mundo inclinando-se.

domingo, 10 de agosto de 2014

O ser em movimento


Percorrer a cidade de bicicleta a tardinha ainda gera um certo prazer, não tanto pela eufórica adrenalina que percorre minhas veias a ponto de explodir, mas pela sensação de invencibilidade. Cérebro e músculos trabalham compassivamente para saúde físico-mental do ser em movimento.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

A liberdade está por ai nas estradas


Pelas estradas desse país tem sempre algum homem livre andando, procurando esgotar a vida a sua própria maneira caminhando para onde leva os pensamentos. Vejo todos os dias seres mendigando nas cidades ao em vez de ir buscar sua liberdade por ai. A estrada, a trilha, as curvas, o infinito esqueça a bussola tome qualquer direção e seja feliz. A liberdade do espírito é o importante nesses tempos cruéis de supressão da solidão.  

domingo, 3 de agosto de 2014

O que eu preciso é de uma "infinita highway"


"Mas não precisamos saber pra onde vamos
Nós só precisamos ir
Não queremos ter o que não temos
Nós só queremos viver
Sem motivos, nem objetivos
Estamos vivos e isto é tudo
É sobretudo a lei
Dessa infinita highway
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu não tinha nada, nada a temer
Mas eu tinha medo, medo desta estrada
Olhe só! Veja você
Quando eu vivia e morria na cidade
Eu tinha de tudo, tudo ao meu redor
Mas tudo que eu sentia era que algo me faltava
E, à noite, eu acordava banhado em suor"
(Engenheiros do Hawaii)

quinta-feira, 24 de julho de 2014

Não nasci para acumular o superfulo


Todos os meus amigos adquiriram bens de valores consideráveis.
eles construíram com isso um pensamento de superioridade em relação a mim. 
O ato de possuir e acumular coisas eram e são para eles
o medidor oficial de superioridade e de evolução na vida. 
Acho que faltou ambição na parte intermediaria da minha meia vida
E eu agradeço pela distração do destino.
Jamais serei colecionador de objetos inúteis
Todo ser humano deveria tomar para si
A atração da espiritualidade para com o próximo.
Minha superioridade reside neste fato
Meus antigos amigos não devem saber, mas não uso
Do poder de compra para adquirir, adquirir e adquirir coisas
Há ainda necessidades maiores com que se preocupar.
Comprar não é o meu forte
eu prefiro ainda desfazer do que já possuo em demasia
Não nasci para acumular o supérfluo,
Tenho pelas coisas materiais de maior valor
Um desapego profundo.

quarta-feira, 23 de julho de 2014

Natureza


É a sua proximidade da natureza o ponto de encontro com a criticidade que a envolve. Toda grande ação nasce da relação de um ser com outro, saber dos movimentos e dos atalhos, saber das armadilhas e das próprias sistematicidades do meio. Na verdade conhecendo-a saberemos até onde podemos chegar, até onde podemos encarar. Só a natureza torna um semblante amargurado em um semblante doce e acalantado.