Estava tudo planejado para agora no dia 26 de dezembro viajarmos pelo Brasil, minha bike e eu, mas infelizmente furtaram a uma semana. A minha companheira de viagem será substituída por outra bem no momento em que estava já a preparar a partida. Mesmo sendo extremamente desapegado as coisas senti uma grande perda e um pequeno desequilíbrio no que havia planejado, passei a pensar mais nesses possíveis acontecimentos durante a viagem e tentei com isso fortalecer ainda mais o instinto de sobrevivência. Na verdade o que pretendo com essa viagem é somente me libertar desse sociedade doentia e mesclada entre o querer ser algo além daquilo que somos e a supremacia dos que são ou acham que são sem nada a oferecer como paliativo pelo menos para miséria do mundo.
Ser recompensado por algo feito nunca foi prioridade pra mim, o que vale ainda é criar uma corrente humanitária, onde todos possam se ajudar sem precisar barganhar um preço, sem precisar se humilhar por qualquer micharia. Vou rodar o mundo se possível para tentar encontrar, pessoas, tribos, sociedade inteiras que deem valor a vida, que possam mesmo com as indiferenças mundanas valorar a vida e a natureza.
Essa viagem é também um desafio que quero fazer a mim mesmo e mostrar que se eu quiser ir a qualquer lugar do mundo sem precisar dessas burocracias ridículas de passaporte, passagem, rodoviárias, taxas por bagagem, taxas por embarque, taxas, taxas, e mais taxas... Eu sou livre para ir e vir e encontrei na arte de pedalar a grande possibilidade de rodar o mundo antes de virar pó. Se alguém um dia lembrar de mim, irá dizer com certeza "ele esteve por ai à toa e foi feliz".
Vou chegar onde jamais ninguém chegou, e quando chegar morrerei em paz.