Nietzsche

""Como é que se deve subir a encosta?" Simplesmente sobe e não penses nisso!" [Nietzsche]

Manoel de Barros

"Nasci para administrar o à-toa, o em vão, o inútil." [Manoel de Barros]

terça-feira, 15 de abril de 2014

Sob a sombra de uma castanheira



Às vezes eu preciso parar em qualquer ponto da cidade por pura vontade de observação, eis a vantagem de circular de bicicleta você pode estacionar e observar o imenso vale de concreto por sob a cabeça. Parei em baixo de um pé de castanheira, não existe na cidade de Aracaju sombra mais fantástica que a sombra desse pé de castanheira, virou meu ponto principal de parada, de descanso, de fadiga depois de quarenta minutos de pedal. Numa dessas paradas passei a observar os prédios em construção e também os já construídos e a pergunta que me fiz foi: de onde vem tanta areia para construir tantos arranhas-céus?

A cidade se transformando em um imenso vale de concreto, sinto o cheiro massante do cimento recém grudado na parede, o cheiro do urbanismo sendo modificando para inchar ainda mais, inchar de vida humana. Ouço de longe os ruídos dos martelos, das pás, das maquinas, dos peões uma verdadeira orquestra da construção afinada para acordar o amanhã. Percorro de bicicleta toda Aracaju e só o que ouço são batidas de martelos anunciando o inicio, o meio ou fim de uma construção, o martelo é o instrumento mestre dos vales de concreto. De onde vem a areia eu não sei, o que sei é dessa maravilhosa sombra que um dia deixará de existir para dar lugar a outra sombra só que de concreto.

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